FLIM 2025 encerra com recorde de público e celebração à literatura
A 10ª edição da Festa Literária Internacional de Maricá (FLIM) terminou neste domingo (14/09) com números históricos. Mais de 260 mil pessoas passaram pelo evento ao longo dos dez dias de programação — um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Foram mais de 70 atividades entre debates, rodas de conversa, apresentações musicais, espetáculos infantis e grandes shows. A homenageada deste ano, Conceição Evaristo, esteve presente desde cedo e participou da mesa de encerramento dedicada às “Escrevivências”, conceito central de sua obra.
“Estou muito feliz de estar no meio de vários professores e poder falar para este público imenso. O termo Escrevivências surgiu na minha dissertação de mestrado e, 30 anos depois, vou lançar o livro”, afirmou Evaristo.
Segundo a Secretaria de Educação, a média diária superou 26 mil visitantes. Para o secretário Rodrigo Moura, os números comprovam a força da festa:
“Maricá, com 220 mil habitantes, recebeu até sábado 260 mil visitantes – o equivalente a 118,18% da nossa população. Essa conquista só foi possível graças à visão do prefeito Washington Quaquá e ao trabalho de toda a rede de educação e parceiros”, disse.
O último dia contou com nomes como Thiago Gomide, Luiz Antônio Simas e Flávia Oliveira. O encerramento literário reuniu Conceição Evaristo, Eliana Alves Cruz, Bárbara Carine e Jeferson Tenório. Já no palco principal, os shows ficaram por conta de Nati Pani e da cantora Mari Fernandez, que encerrou a festa.
Papo FLIM: samba, carnaval e cultura
A mesa “Cultura em Desfile” foi um dos pontos altos da programação, com Helena Theodoro, Luiz Antônio Simas e Thiago Gomide, mediada por Rafael Haddock-Lobo.
“O samba não é apenas ritmo ou coreografia, é uma forma de organizar o mundo. Ele é memória, celebração e resistência. Dá sentido à nossa existência coletiva. Não sei se o Rio de Janeiro criou o samba, mas afirmo: foi o samba que criou a cidade do Rio de Janeiro”, disse o historiador Luiz Antônio Simas.
Thiago Gomide destacou o papel do carnaval:
“O Carnaval é mais do que festa. É memória, identidade e resistência cultural, e nos ensina que alegria também é uma forma de organização social e política. Não é exagero dizer que o Carnaval ajuda a criar cidades. Ele molda espaços, cria símbolos e constrói identidades ajudando a unir bairros, cidades e pessoas em torno de uma tradição comum”, afirmou.
À noite, a Mesa 10 reuniu Conceição Evaristo, Bárbara Carine, Jeferson Tenório e Eliana Alves Cruz, mediada por Flávia Oliveira. Conceição recebeu homenagens das alunas da Escola do Idoso de Maricá, que entregaram flores, cartazes e uma colcha de retalhos feita especialmente para ela.
A programação contou ainda com o “Samba Talk”, em tributo a Arlindo Cruz, com participação de Sombrinha e Inácio Rios. “Relembrar diversas obras de Arlindo Cruz é algo único. Eu conversava muito com Almir Guineto e falava que o samba cura. Então, relembrar canções e partes da vida de Arlindo no dia do aniversário dele, é um sentimento gostoso e ajuda na cura da saudade”, afirmou Sombrinha.
FLIM Jovem: futuro e protagonismo
Na tenda dedicada à juventude, o dia começou com a palestra “Inteligência Artificial e Profissões do Futuro”, de Antônio Kronemberg (SEBRAE).
“A Inteligência Artificial (IA) sempre será melhor que o ser humano. Não conseguimos analisar um milhão de processos em dois dias como a máquina, é humanamente impossível. Mas a IA nunca será melhor que o ser humano com a IA enquanto ferramenta”, explicou.
À tarde, o espaço recebeu o debate “A Política na Voz da Juventude”, com a secretária de Juventude e Participação Popular de Maricá, Andressa Santos; a secretária Especial de Juventude do Rio, Gabriella Rodrigues; o vereador Hadesh; e o presidente da UMES, Vitor Nunes.
“Estar neste espaço jovem com diversas pessoas de idades diferentes nos assistindo diz muito sobre o futuro de Maricá. Nós tivemos crianças, adolescentes e adultos que reivindicam seus direitos como cidadãos. É um debate enriquecedor, que todos aprendem com todos”, disse Andressa.
“A política necessita da participação dos nossos jovens. Eles serão o futuro da nossa cidade e do nosso país amanhã. A juventude deve reivindicar uma escola melhor, políticas públicas, saúde, segurança, tudo. A força deles pode mudar o nosso país. Basta acreditar e lutar”, afirmou Hadesh.
FLIMzinha e shows de encerramento
A programação infantil abriu com o espetáculo “Ciência ou Mágica?”, de Patrick, o Mágico, que também encerrou o espaço com “A Mágica do Riso”. Pintura facial e concurso de cosplay completaram as atrações para as crianças.
No palco principal, a prata da casa Nati Pani aqueceu o público antes do show de Mari Fernandez, que encerrou a festa com um repertório de sucessos sertanejos.









